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Em nota divulgada hoje, a secretaria estadual da Segurança Pública e Defesa Social afirma que o crescimento da quantidade de crimes letais foi “alavancado pelos 11 dias do mês em que parte dos policiais militares paralisaram as atividades”. Das 292 vítimas fatais a mais que as registradas no mesmo mês de 2019, 289 perderam a vida entre os dias 19 e 29 de fevereiro, quando parte dos policiais e bombeiros militares cruzaram os braços, ocuparam unidades militares, chegando mesmo a danificar viaturas da Polícia Militar a fim de impedir o patrulhamento ostensivo em algumas cidades.
Além disso, outros 23 homicídios ocorreram no dia 1º de março, quando a paralisação chegou ao fim, com parte dos militares amotinados voltando ao trabalho após membros dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e representantes da categoria chegarem a um acordo. Com isso, o total de mortes registradas durante o motim policial chegou a 312.
A retomada das negociações por melhores salários e condições de trabalho foi condicionada ao imediato retorno dos servidores ao trabalho. Também foi acertado que policiais e bombeiros alvo de investigações não sofreriam punições sem antes responder ao devido processo legal. E que estes processos serão pautados pela impessoalidade, imparcialidade, direito à ampla defesa e ao contraditório, sendo acompanhados por instituições como o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Defensoria Pública. O governo estadual também se comprometeu a não transferir nenhum policial pelos próximos 60 dias.
Dois dias depois da assinatura do acordo, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pelo Poder Executivo, proibindo governadores de anistiarem ou perdoarem militares que, a qualquer tempo, participarem de atos organizados com o propósito de paralisar os serviços prestados à população.
“O impacto do motim nos índices teve repercussão em todas as regiões do Estado, bem como nos números de furtos e crimes violentos contra o Patrimônio (CVP)”, sustenta a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, apontando que o maior acréscimo de crimes violentos letais ocorreu na região metropolitana de Fortaleza, onde o total de homicídios aumentou de 40 casos, em fevereiro de 2019, para 150 ocorrências, no mesmo mês deste ano.
O total de roubos a pessoas aumentou 95,3% ao longo do último mês, saltando de 3.331 ocorrências, em 2019, para 6.507 no mês passado. Os roubos de carga (com restrição de liberdade da vítima), de residências, de veículos e contra instituições financeiras também aumentaram: de 477 casos para 1.2080 casos, ou seja, um aumento de 168%. Já os furtos cresceram 15%, passando de 4.263 para 4.902 casos ocorrências.
Fonte: BNews
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