Vítimas detidas no estabelecimento / Foto e montagem: Informe Baiano
Após a rede Atakarejo informar que o empresário Teobaldo Costa não representa mais a empresa desde o mês de abril de 2020, o presidente da Comissão de Reparação da Câmara de Salvador, vereador Luiz Carlos (PT), solicitou a presença de membro da atual Diretoria Executiva para que compareça à audiência do dia 16 de junho, próxima quarta-feira. O edil petista frisou a importância da reparação nesse caso envolvendo a morte de dois jovens negros.
Nesta quinta (10/06), Suíca assinou novo documento encaminhado ao fundador do grupo Atakadão Atakarejo. “Solicitamos que seja designado um membro da atual Diretoria Executiva para representar a empresa na reunião conjunta”, sintetiza o petista.
Para o vereador soteropolitano, “todos sabem que essa medida do Atakarejo é um modo de tirar o foco do problema”. Suíca diz que Teobaldo é sim representante da rede. “Pode até ter se afastado de uma ou outra função, mas integra o Conselho Administrativo e é o fundador do grupo. Acredito que colaborar com as investigações não é o suficiente neste caso. É preciso reparar o dano causado às famílias de Bruno e Ian, mortos cruelmente após serem entregues a traficantes em Salvador por funcionários da empresa”, dispara Suíca. O vereador aponta que tanto a comissão de Reparação quanto a de Direitos Humanos da Casa Legislativa reforçam o pedido para ouvir prepostos do supermercado.
Essa é a segunda convocação feita pelas comissões ao empresário Teobaldo Costa. A Câmara de Salvador sugeriu ouvir o dono da rede sobre o caso ocorrido em abril, na unidade do Atakarejo do bairro de Amaralina, onde dois jovens acabaram mortos após serem flagrados supostamente roubando carnes no estabelecimento. A denúncia foi feita pelo Informe Baiano, que publicou fotos e um vídeo de momentos das agressões em primeira mão.
A ausência do empresário na primeira audiência provocou protestos dos familiares de Bruno Barros da Silva, de 29 anos, e Ian Barros da Silva, de 19, tio e sobrinho, que foram encontrados mortos após serem entregues a traficantes.
Em ofício de resposta à segunda convocação, a rede Atakarejo aponta que o inquérito corre sob sigilo e que aguarda a conclusão para se pronunciar. “Desejamos que todos os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível e que os responsáveis respondam pelos seus atos perante a justiça. Lamentamos profundamente o ocorrido no bairro do Nordeste de Amaralina, onde foi registrado fato lamentável e abominável. Não toleramos qualquer tipo de violência e desejamos que toda a verdade venha logo a público”, sintetiza nota da rede assinada pelo diretor comercial Milton Amorim.
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